O governo Lula (PT) anunciou nesta segunda-feira (27) que manterá apenas de forma emergencial as ações da Operação Acolhida na fronteira com a Venezuela pelos próximos 15 dias. A decisão ocorre após a OIM (Organização Internacional para as Migrações) informar que os Estados Unidos suspenderam o financiamento da entidade, inviabilizando a continuidade do suporte prestado aos refugiados. A medida do governo americano, que impacta em cerca de US$ 5 milhões, gerou a necessidade de realocar recursos internos para evitar uma crise humanitária imediata.
Diante da suspensão do repasse americano, a gestão petista busca um novo parceiro para custear a OIM e cogita o uso da Força Nacional do SUS para suprir a ausência dos profissionais da entidade. Além disso, o governo convocou uma reunião para esta terça-feira (28) para definir a quantidade de médicos, enfermeiros e assistentes sociais necessários. A Polícia Federal e o Ministério da Defesa também ampliarão o contingente na região para manter serviços essenciais.
A Operação Acolhida, em vigor desde 2017, já recebeu quase 1 milhão de venezuelanos que fugiram do regime de Nicolás Maduro. O Brasil, que dependia em 60% dos recursos americanos para manter a operação, agora enfrenta problemas para evitar o agravamento da crise migratória. Segundo nota oficial, “as autoridades brasileiras estão mobilizadas e seguem em tratativas para reduzir os impactos da ausência das equipes da OIM”. Enquanto isso, a repressão na Venezuela e o aumento do fluxo migratório mantêm a pressão sobre Roraima.