O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (22) que a escolha de generais “molengas” para os ministérios palacianos foi um erro de sua gestão. Em entrevista ao canal conservador Fio Diário, Bolsonaro disse que deveria ter indicado ministros mais “parrudos” e “casca grossa” para enfrentar o sistema, alegando que faltou competência e malícia para lidar com os desafios do governo.
As declarações de Bolsonaro surgem em meio às investigações da Polícia Federal, que indiciaram 28 militares por participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os indiciados estão ex-ministros de seu governo, como Braga Netto (PL) e Augusto Heleno, que ocupavam posições estratégicas no Planalto. Bolsonaro também mencionou as pressões enfrentadas, afirmando: “Acordo todo dia com a sensação da PF na porta”.
Na entrevista, Bolsonaro também voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro e reforçou sua defesa pelo voto impresso como medida de transparência e segurança. Ele mencionou o modelo utilizado na Venezuela, alegando que, com essa ferramenta, seria possível evitar fraudes e garantir mais confiança no processo eleitoral. Bolsonaro afirmou ainda que o atual sistema inviabiliza questionamentos, apontando que falar sobre fraudes pode gerar represálias imediatas. “Se eu falar em fraude aqui, pode daqui a meia hora a Polícia Federal bater na minha porta”, disse o líder da direita.