Setores opositores ao regime venezuelano convocaram manifestações pacíficas em todo o país nesta última quinta-feira (9), em protesto contra a posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato presidencial. A oposição, convocada por Maria Corina Machado, denuncia fraude nas eleições realizadas em julho, nas quais o candidato Edmundo González venceu com 67% dos votos, segundo boletins de urna recuperados e posteriormente substituídos por atas falsas criadas pelo Conselho Nacional Eleitoral chavista, que declarou Maduro vencedor com 51%.
Apesar de defender manifestações desarmadas, a convocação expõe uma fragilidade em um momento histórico para Machado, que, como deputada durante o regime de Hugo Chávez, propôs a Lei de Desarmamento da População, aprovada pelo Parlamento chavista. Essa decisão deixou os cidadãos em desvantagem frente ao regime, que distribui rifles de assalto russos a membros da Milícia Bolivariana. Uma evidência recente disso é a entrega de fuzis Kalashnikov a paramilitares leais ao governo, como parte de uma estratégia para reprimir qualquer resistência durante as manifestações marcadas para 9 e 10 de janeiro de 2025.
Si hubiese voluntad politica,ya se habría aprobado la Ley para el Desarme y el Control de Armas y Municiones
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) August 8, 2012
“Se houvesse vontade política, já teria sido aprovada a Lei de Desarmamento e Controle de Armas e Munições”, postou Maria Corina Machado em 2012, diante os atrassos do regime de Hugo Chávez para aprovar a Lei de Desarmamento.
O número dois do regime, Diosdado Cabello, líder do ‘Cartel dos Sóis’ (organização internacional de comércio de drogas), já prometeu ações duras contra os opositores durante os protestos. A oposição, no entanto, insiste na necessidade de manifestações pacíficas para contestar o resultado das eleições e exigir justiça, apesar do histórico de repressão do regime chavista, que tem aniquilado praticamente toda a resistência dentro do país e que pode desencadear um novo derramamento de sangue de inocentes que protestam contra criminosos armados com equipamento de guerra.