O PDT (Partido Democratico Trabalhista) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para assumir funções do Legislativo e acabar com a autonomia do Banco Central, diante a recente elevação da Selic para 12,25% ao ano. A ação pede que a corte estabeleça critérios mais flexíveis para a política de juros, considerando indicadores como crescimento econômico e redução das desigualdades. O presidente do partido, André Figueiredo, criticou a política atual, afirmando que “taxas de juros elevadas desestimulam o consumo e inibem investimentos produtivos, enquanto beneficiam o capital especulativo”.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), conduzido por Roberto Campos Neto, teve como justificativa o combate à inflação, pressionada por fatores como a alta do dólar, o aquecimento econômico e o cenário fiscal incerto. O aumento da Selic foi o terceiro do ano e sinalizou a possibilidade de novos ajustes em 2024, caso o panorama inflacionário piore. A taxa impacta diretamente o crédito, consumo e produção, sendo a principal ferramenta para controlar os preços no Brasil.
Em meio ao cenário que adiciona mais uma camada de incerteza sobre a economia brasileira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), negou em dias recentes qualquer interferência do governo federal sobre o Banco Central e defendeu a autonomia da instituição. “Pressão é quando desrespeita a institucionalidade, isso nunca aconteceu”, declarou. Haddad destacou ainda a adoção do modelo de meta de inflação contínua como um passo importante para oferecer mais flexibilidade às políticas econômicas, sem comprometer a credibilidade.