Movimentos negros protocolaram na última sexta-feira (20), uma denúncia contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), na Organização dos Estados Americanos (OEA). A queixa, assinada por 66 entidades, aponta suposto “racismo estrutural” e acusações de violência policial no estado, citando episódios recentes como o caso de um homem jogado de uma ponte por um policial militar. Os grupos pedem que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos acompanhe as ações das autoridades paulistas.
Contrapondo as acusações, São Paulo alcançou índices criminais historicamente baixos. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram uma queda de 19,7% nos roubos em agosto de 2024, o menor número registrado em 24 anos. Crimes como homicídios e roubos de carga também atingiram mínimas históricas, enquanto 17.088 pessoas foram presas e 1.262 armas apreendidas no mesmo mês. Tarcísio, que inicialmente se opunha ao uso de câmeras nos uniformes da polícia, admitiu ter revisado sua posição, prometendo ampliar o programa.
Em resposta às críticas, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que a atual gestão reduziu em 32,2% as mortes por intervenção policial em relação aos dois primeiros anos da gestão anterior. A pasta ressaltou o rigor na apuração de excessos, destacando que 281 policiais foram expulsos e 342 presos desde o início do governo Tarcísio. “Estamos comprometidos com a legalidade, a transparência e o respeito aos direitos humanos fundamentais”, declarou a SSP em nota.