O Ministério Público da Bolívia confirmou que o ex-presidente Evo Morales teve sua prisão decretada por um caso de abuso sexual envolvendo uma menor durante seu mandato (2006-2019). A promotora Sandra Gutiérrez detalhou que a ordem de captura foi emitida em 16 de outubro, mas só divulgada recentemente. Morales é acusado de “tráfico de menor”, relacionado a um acordo entre os pais da jovem e o ex-mandatário. A Promotoria também pediu a prisão preventiva de seis meses e medidas cautelares para impedir sua saída do país.
A investigação remonta a 2015, quando Morales teria iniciado um relacionamento com a adolescente, resultando no nascimento de uma filha no ano seguinte. Segundo a acusação, os pais da jovem a colocaram na “guarda juvenil” de Morales em busca de vantagens políticas. Desde a emissão do mandado de prisão, grupos de apoiadores bloquearam rodovias em protesto, dificultando ações da polícia para detê-lo. “Foi impossível proceder com a execução devido às agressões e ameaças contra nossos agentes”, relatou Gutiérrez.
Evo Morales, atualmente refugiado na região de Chapare, nega as acusações e atribui o caso a perseguição política por parte do governo do presidente Luis Arce. Ele afirma ser vítima de “lawfare” para impedir sua candidatura nas eleições de 2025. “Essa é uma questão somente política”, declarou Morales à imprensa. O MP boliviano aguarda a audiência para definir as medidas cautelares contra o ex-presidente e Idelsa Pozo Saavedra, mãe da suposta vítima, também acusada no processo.