O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) criticou as recentes mudanças no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), acusando o governo Lula (PT) de priorizar a classe média baixa em detrimento das famílias sem-teto. João Pedro Stedile, líder do MST, afirmou que as alterações “praticamente inviabilizaram contratos com entidades dos movimentos populares”, beneficiando grandes construtoras e excluindo os mais pobres das periferias. Segundo ele, a ampliação dos valores dos imóveis e da faixa de renda tornou o programa menos acessível para os que mais necessitam.
O Ministério das Cidades rebateu as acusações, destacando que o MCMV opera em duas modalidades: uma subsidiada, voltada para famílias com renda de até R$ 2.850, e outra financiada, destinada a rendas de até R$ 8 mil. A pasta informou que houve aumento nos subsídios e redução nas taxas de juros para atender famílias de menor renda, além de reforçar que todos os processos seguem critérios de transparência. No entanto, Lula reconheceu que o programa busca ampliar o atendimento também para trabalhadores de renda mais alta.
As alterações incluem o aumento do teto do valor dos imóveis, subsídios mais elevados e prazos de financiamento ampliados. Dados do setor indicam crescimento nos lançamentos e vendas de unidades habitacionais, refletindo maior movimentação no mercado. No entanto, as críticas do MST destacam uma suposta desvirtuação do propósito original do programa, colocando em xeque a capacidade do governo em atender às expectativas do aliado histórico do PT, conhecido por invadir propriedades privadas.