O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), classificou como “reação injustificada” a decisão de frigoríficos brasileiros de suspender a venda de carnes para o Carrefour, após a rede varejista anunciar que deixaria de comercializar carnes do Mercosul em suas lojas na França. JBS, Marfrig e Masterboi interromperam os fornecimentos, atingindo também unidades como o Atacadão e Sam’s Club no Brasil. O Carrefour alegou que a medida se restringe ao mercado francês, mas a resposta brasileira foi vista como um gesto em defesa do agronegócio nacional.
Haddad afirmou que a posição do Carrefour merece reconsideração, mas também destacou que o episódio não deve prejudicar o diálogo entre Mercosul e União Europeia. “A perspectiva europeia não é excludente, o que permite buscar soluções conjuntas”, declarou o ministro. Ele enfatizou que o governo brasileiro está empenhado em avançar nas negociações, considerando tanto as preocupações comerciais quanto questões ambientais levantadas por lideranças europeias, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron.
A decisão do Carrefour gerou grande repercussão entre lideranças do agronegócio, que classificaram a atitude da varejista como desrespeitosa aos padrões de qualidade da carne brasileira. Carlos Fávaro (PSD), ministro da Agricultura, já tinha ressaltado que a suspensão de fornecimentos “demonstra a força e a união do setor produtivo nacional”, evidenciando divergências dentro do mesmo gabinete de Lula (PT).