O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), prepara um pacote de cortes orçamentários que deve atingir o Ministério da Defesa, colocando a pasta na lista de ajustes para sanar o déficit financeiro do governo federal. A medida é parte do esforço de controle de gastos após quase dois anos de despesas elevadas sob a gestão de Lula (PT). Se confirmada, a decisão obrigará as Forças Armadas a aderirem à política de restrição orçamentária, o que poderá gerar impactos nas operações e na estrutura de defesa do país.
Em declarações na segunda-feira (11), Haddad revelou que uma nova pasta seria incluída na revisão orçamentária, mas se esquivou de mencionar qual. Na mesma data, José Múcio, ministro da Defesa, reuniu-se com Dario Durigan, secretário adjunto da Fazenda, embora o teor do encontro não tenha sido divulgado. A inclusão do Ministério da Defesa no pacote marca uma mudança na postura da equipe econômica, que, até então, havia concentrado as discussões de cortes nas pastas de Saúde, Educação, Previdência e Desenvolvimento Social.
Haddad afirmou que as divergências sobre os cortes são “naturais” e que “fazem parte do processo democrático”. A espera pelo anúncio das medidas provocou nova alta do dólar, que fechou o dia cotado a R$ 5,77. Enquanto isso, os ministros das áreas sociais manifestaram resistências aos cortes, com Luiz Marinho (PT), do Trabalho e Camilo Santana (PT), da Educação expressando desacordo em reuniões. Apesar das tensões, Haddad ressaltou que o governo está “muito seguro” das ações em andamento, enfatizando que os ajustes são essenciais para “manter a sustentabilidade da economia brasileira.”