A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), confirmaram nesta quarta-feira (30) que o pacote de revisão de gastos federais deve ser submetido ao Congresso apenas em 2025, sem pressa para aprovação. Tebet ressaltou que a maioria das medidas terá impacto fiscal em 2026, permitindo que as discussões possam se estender para o próximo ano sem comprometer o planejamento financeiro imediato do governo. “Nós precisamos apresentar agora no mês de novembro (…) não temos pressa na aprovação, mas sim na entrega”, afirmou.
Haddad indicou que a equipe econômica e a Casa Civil chegaram a um consenso sobre as diretrizes do pacote, que deve ser enviado como Proposta de Emenda à Constituição (PEC), exigindo aprovação expressiva no Congresso. Ele reforçou que o governo vai focar em redigir as propostas e, em seguida, dialogar com lideranças parlamentares. Segundo o ministro, essa convergência interna permite “destravar os trabalhos” e avançar na elaboração do texto final, que ainda necessita de Lula (PT) para ser oficializado.
Embora o governo tenha se comprometido a equilibrar as contas públicas até 2024, com um déficit zero, o mercado financeiro demonstrou ceticismo diante da falta de prazos concretos para a redução de despesas. Na terça-feira (29), declarações de Haddad sobre o pacote resultaram em alta no dólar, que fechou a R$ 5,76, o maior valor nominal do terceiro mandato de Lula. A expectativa é de que o pacote inclua um pente-fino em programas sociais e outras ações para reduzir o crescimento das despesas obrigatórias, visando recuperar o grau de investimento do Brasil nos próximos anos.