A gestão econômica do governo Lula (PT) enfrenta dificuldades persistentes, com o déficit primário registrado em agosto de 2024 atingindo R$ 22,4 bilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional. No acumulado do ano, o rombo já alcança R$ 99,4 bilhões, e as projeções indicam que o governo federal não conseguirá cumprir a meta de zerar o déficit público. Esse resultado reforça as críticas sobre a condução das finanças do país, que tem sido marcada por aumentos contínuos nos gastos obrigatórios e pouca efetividade em conter o avanço das despesas, apesar do crescimento na arrecadação.
Enquanto o governo tenta manter uma narrativa otimista, sugerindo um déficit primário de R$ 28,3 bilhões para 2024, as previsões de mercado apontam para um cenário bem mais grave. O Boletim Focus, por exemplo, indica um déficit de 0,6% do PIB, cerca de R$ 66,67 bilhões, o que representa mais do que o dobro da projeção oficial. “Estamos trabalhando para alcançar o equilíbrio”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), mas as expectativas do mercado financeiro revelam desconfiança com a viabilidade dessa meta.
O aumento contínuo das despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários e precatórios, pressiona ainda mais as contas públicas. Em agosto, as despesas subiram R$ 3,3 bilhões em termos reais em comparação ao mesmo mês do ano anterior, impactadas por aumentos de R$ 2,6 bilhões nos benefícios previdenciários e R$ 4,3 bilhões no seguro-desemprego. No acumulado do ano, as despesas cresceram R$ 98,7 bilhões, deixando claro que o governo Lula não conseguiu conter o avanço dos gastos, mesmo com medidas de bloqueio e contingenciamento orçamentário.