A Amazônia registra mais de 50% dos focos de incêndio no Brasil em meio à pior seca dos últimos 44 anos, mas a imprensa evita usar o termo “ecocídio” como fez durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Na última quinta-feira (12), foram contabilizados 3.502 novos focos de queimadas, segundo o BDQueimadas do INPE. Do total, 1.797 ocorreram na Amazônia, colocando o bioma no centro das atenções, enquanto estados como Mato Grosso e Amazonas figuram entre os mais afetados.
A situação alarmante se soma ao fato de que agosto de 2024 registrou o maior número de queimadas em 14 anos, com uma alta de 144% em relação a 2023. Especialistas atribuem o agravamento à intensa seca que começou um mês antes do previsto, além do impacto do fenômeno El Niño e do aquecimento das águas do Atlântico. Apesar do cenário crítico, o foco das críticas midiáticas tem sido o agronegócio, sem as acusações diretas ao governo de Lula (PT), como aconteceu no passado com Bolsonaro.
Enquanto a Amazônia sofre com a pior estiagem já registrada, o número total de incêndios em 2024 chega a 176.317. As causas incluem o clima extremo, com ondas de calor recordes, e a antecipação da seca, o que cria um ambiente propício para a propagação de incêndios. Apesar das semelhanças com o período de Bolsonaro, a imprensa opta por responsabilizar mudanças climáticas, poupando o atual governo de acusações de “ecocídio”.