O Brasil registra mais de 5.000 focos de incêndio apenas nesta terça-feira (10), conforme dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Cerrado foi o bioma mais atingido, concentrando quase metade das ocorrências, com 2.498 focos, seguido pela Amazônia, que contabilizou 2.024 focos de fogo. A situação alarmante ocorre em meio à maior seca em 44 anos, agravada pelo fenômeno El Niño e o aquecimento das águas do Atlântico Tropical Norte.
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incêndios dessa magnitude foram frequentemente atribuídos à sua gestão e à de Ricardo Salles (PL), então ministro do Meio Ambiente. No entanto, os números atuais superam os de períodos anteriores, com um aumento de 144% em relação a 2023, enquanto o governo Lula (PL) enfrenta o pior cenário de queimadas dos últimos 14 anos, sem ser apontado como responsável pelas queimadas.
A situação também impacta diretamente a qualidade do ar, principalmente em São Paulo, onde as estações de monitoramento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) indicaram níveis críticos. A região da Marginal do Tietê foi uma das mais afetadas, com índices de Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) perigosamente altos, associadas a doenças respiratórias e cardiovasculares, levando a Defesa Civil a emitir alertas para toda a população.