A Polícia Federal está prestes a concluir, na segunda quinzena deste mês, o inquérito sobre a suposta articulação de um golpe de Estado em 2022, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A investigação sugere uma complexa rede de conexões entre diversos órgãos do governo Bolsonaro para impedir a posse de Lula (PT), e indiciará Bolsonaro e vários de seus ministros, incluindo o general Braga Netto (PL), por tentativa de golpe, conforme o Código Penal.
Entre os indiciados, estará Alexandre Ramagem (PL), ex-chefe da Abin e atual candidato de Bolsonaro à prefeitura do Rio de Janeiro. A conclusão do inquérito ocorre em meio à reta final da campanha eleitoral, o que poderá alimentar tanto o bolsonarismo por conta da perseguição política, ou poderá impactar negativamente a campanha de Ramagem, que apresenta dificuldades para se posicionar na capital fluminense.
Em meio a essas acusações, Bolsonaro, que deixou o Brasil pouco antes da posse de Lula e retornou apenas em março de 2023, afirmou durante um evento em Londrina (PR) que seria preso se estivesse no país durante os atos de 8 de janeiro de 2023. “Me acusam de tudo”, declarou o ex-presidente, que é formalmente investigado por supostamente instigar os ataques. Até agora, as ações do Supremo Tribunal Federal resultaram em 227 condenações e multas milionárias a diversas pessoas.