A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, (1º), a segunda fase da Operação Cianose, que investiga desvios de recursos na compra de respiradores pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste) durante a pandemia de Covid-19. Foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, além de medidas judiciais de sequestro de bens, nos estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. A operação, autorizada pela Justiça Federal da Bahia, busca recuperar recursos desviados e apurar crimes licitatórios, lavagem de capitais e organização criminosa.
Durante a pandemia, o Consórcio Nordeste comprou 300 respiradores em um processo que a PF afirma ter sido repleto de irregularidades, incluindo o pagamento integral antecipado sem garantias contratuais de entrega, sem que nenhum dos respiradores fosse entregue. Na primeira fase da operação, em abril de 2022, o ex-secretário do governo da Bahia, Bruno Dauster Magalhães, foi um dos principais alvos. Na época dos fatos investigados, Rui Costa, atual ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula (PT), era governador da Bahia e presidente do Consórcio Nordeste. A assessoria de Rui Costa afirmou que ele não foi alvo dessa operação.
Nesta segunda fase, a PF não detalhou os alvos específicos, mas informações do portal UOL indicam que o empresário Cléber Isaac, suspeito de intermediar a compra, está entre eles. Isaac teria recebido R$ 1,6 milhão pelo intermédio entre o governo da Bahia e a empresa HempCare, responsável pela importação dos respiradores da China. Em abril, a empresária Cristiana Prestes Taddeo, da HempCare, mencionou Rui Costa em sua delação premiada, mas o ministro negou qualquer envolvimento, alegando que todas as compras durante a pandemia foram realizadas com pagamento antecipado devido às condições vigentes na época.