Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (16) que ainda precisa ser convencido pela equipe econômica da necessidade de cortar gastos públicos. Segundo Lula, o país pode operar com um deficit de 0,1% ou 0,2% do PIB sem problemas, destacando que o governo não é obrigado a cumprir metas se houver “coisas mais importantes para fazer”. “O que é importante é que esse país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo”, disse Lula em entrevista à Record.
A respeito, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu as declarações de Lula, alegando que foram descontextualizadas e que geraram especulações desnecessárias. Haddad enfatizou o compromisso do governo com o arcabouço fiscal, reiterando que Lula apoia as medidas necessárias para o equilíbrio das contas públicas. “Quando solta uma frase descontextualizada, gera, desnecessariamente, uma especulação em cima do assunto”, afirmou Haddad, acrescentando que as declarações completas de Lula reforçam esse compromisso.
O governo prevê anunciar bloqueios no orçamento e possíveis contingenciamentos, caso as despesas ultrapassem o limite de crescimento de 2,5%. O valor dos bloqueios será divulgado em 22 de julho, podendo atingir cerca de R$ 10 bilhões, conforme apurado pelo Poder360. Além disso, a equipe econômica deve apresentar em breve os detalhes do corte de R$ 25,9 bilhões em benefícios sociais anunciado em junho. “Foi feito um trabalho pelas equipes dos ministérios para chegar ao corte de R$ 25,9 bilhões, cujos detalhamentos ficarão prontos agora, em questão de poucos dias, e que o Planejamento vai divulgar”, afirmou Haddad.