As contas do governo central registraram um déficit primário de R$ 61 bilhões em maio deste ano, em comparação a um déficit de R$ 45 bilhões no mesmo mês de 2023, conforme divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (26). Apesar do aumento do déficit, Lula da Silva (PT) não se mostrou convencido da necessidade de reduzir despesas, afirmando que o foco deveria ser na potencial elevação da arrecadação. Esse resultado é o segundo pior para o mês de maio desde o início da série histórica do Tesouro Nacional, em 1997, ficando atrás apenas de 2020, quando o déficit foi de R$ 165,14 bilhões, corrigido pela inflação, durante o auge da pandemia da Covid-19.
A receita líquida em maio de 2024 foi de R$ 164,49 bilhões, enquanto a despesa total alcançou R$ 225,47 bilhões. Comparado a maio de 2023, houve um aumento de 9% na receita líquida, principalmente devido ao incremento na arrecadação de Imposto de Renda (IR) e outras contribuições, e um crescimento de 14% na despesa total, impulsionado por elevações nos benefícios previdenciários e créditos extraordinários. O Tesouro Nacional atribuiu parte desse aumento nos gastos à mudança no calendário de pagamento e à antecipação do 13º salário dos aposentados do INSS.
Em meio à expectativa no mercado de que o governo reduza despesas, Lula reafirmou sua posição em entrevista ao portal UOL, dizendo: “O problema não é ter que cortar (gastos), é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”. Essa declaração foi mal recebida por agentes do mercado financeiro, contribuindo para a alta do dólar, que fechou acima de R$ 5,50. No entanto, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, entretanto, afirmou que o país está em um processo de recuperação fiscal, citando a redução das taxas de desemprego e o suposto controle da inflação.