O partido governista da Bolívia, Movimento ao Socialismo (MAS), removeu o ex-presidente Evo Morales da liderança do partido no domingo, após sete meses de disputas internas que resultaram na destituição do atual presidente, Luis Arce.
Seu período no poder, de 2006 a 2019, foi marcado por promover o cultivo de coca, a planta usada para produzir cocaína; acusações de pedofilia, e perseguição desenfreada aos opositores políticos.
Em um evento em Cochabamba no sábado, precedendo sua remoção da liderança do MAS, Morales declarou que concorreria à presidência seja como for. Ele ameaçou organizar protestos e bloqueios de estradas se o país respeitasse sua constituição e o mantivesse fora da cédula eleitoral.
Após a destituição de Morales, Arce afirmou em uma postagem nas redes sociais: “Nunca mais nosso instrumento político deve ser usado para satisfazer as aspirações de uma pessoa ou de um grupo, nunca mais nossas organizações sociais devem ser relegadas de seu próprio projeto político.”
Nos últimos meses, a divisão entre Morales e Arce dividiu o partido governista MAS em duas facções, uma apoiando o ex-presidente Morales e outra apoiando Arce, o presidente atual e sucessor “deserdado” de Morales.
O cerne da divisão entre Arce e Morales é a decisão de Morales de tentar forçar sua entrada na cédula eleitoral de 2019. Em 2017, um tribunal favorável a Morales decidiu que os limites de mandato presidencial eram uma “violação” dos direitos humanos de Morales, o que permitiu que ele concorresse novamente à presidência em outubro de 2019. Acredita-se amplamente que Morales tenha forçado os tribunais a emitir a decisão de 2017.