O programa Roda Viva da TV Cultura recebeu na segunda-feira (19) o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), para uma conversa sobre as eleições municipais. Neste ano, o Partido dos Trabalhadores (PT), liderado por Lula, optou por não apresentar um candidato próprio à prefeitura de São Paulo, decidindo apoiar Guilherme Boulos (PSOL), com Marta Suplicy (PT) como vice na disputa pela capital paulista. Padilha enalteceu o perfil de Boulos e discutiu os desafios enfrentados pelo PT nas eleições, ressaltando a polarização na cidade e destacando a afinidade do candidato com Lula. “Na cidade de São Paulo vamos ter uma polarização importante, a candidatura de Boulos é a cara do presidente Lula”, disse Padilha.
Entretanto, associar a candidatura de Boulos à imagem de Lula pode resultar em algo negativo para a chapa PSOL-PT, especialmente diante das declarações recentes do líder petista. Lula comparou a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus durante a 2ª Guerra Mundial, o que gerou críticas e preocupações por parte da comunidade judaica em São Paulo, que representa uma parcela importante da população. Este tipo de associação pode afetar a imagem do pré-candidato Boulos, especialmente considerando a relevância desse grupo na capital paulista e o posicionamento da esquerda brasileira em prol da chamada causa Palestina.
Apesar de Boulos tentar manter silêncio em relação às declarações controversas de Lula, seu partido, o PSOL, mantém uma postura crítica em relação a Israel, o que pode gerar tensões adicionais durante a campanha eleitoral. Nesse contexto, Boulos busca esconder suas posições políticas, evitando que as falas de Lula possam prejudicar sua candidatura, especialmente diante das relações delicadas entre Brasil e Israel, que têm gerado repercussão internacional.