No último sábado (10), um grupo de delegados de polícia de São Paulo divulgaram uma nota de repúdio ao desfile da escola de samba Vai-Vai, realizado no sambódromo do Anhembi. O sindicato que representa a categoria expressou indignação com o tratamento dado à figura dos agentes da lei durante o evento. Segundo a nota, as alegorias utilizadas na ala “Sobrevivendo no Inferno” foram consideradas uma demonização da polícia, uma atitude que causou extrema indignação entre os profissionais da segurança pública.
A Vai-Vai, que retornou ao Grupo Especial do Carnaval de São Paulo este ano, trouxe para o desfile o enredo “Capítulo 4. Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”, buscando denunciar o preconceito. No entanto, a representação de policiais com chifres e outros elementos que remetem a demônios gerou controvérsia. Deputados da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara, conhecida como “bancada da bala”, também criticaram a escola por essa representação desfavorável da polícia, considerando-a um “escárnio com esses heróis anônimos da sociedade”.
Além disso, o pré-candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL) participou do desfile da Vai-Vai, o que gerou mais polêmica em torno do evento. A presença de Boulos, conhecido por suas posições políticas de esquerda e apoio às invasões de propriedades privadas, fortemente contestadas pela polícia, ao lado de uma escola de samba que representou de maneira controversa a polícia, deixa as claras suas alianças e posições políticas, bem como os valores defendidos por determinados grupos durante o Carnaval, e antecipa o que poderia acontecer em São Paulo se ele forqu eleito.