O avanço dos partidos de centro sobre os cargos do Governo Federal tem gerado críticas entre aliados de Lula e o clima não é dos melhores no Planalto. Na semana passada, o presidente entregou o comando da Caixa ao servidor de carreira Carlos Vieira, que foi indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A pressão do Centrão ocorre no momento em que o governo busca garantir apoio no Congresso, sobretudo para a aprovação de pautas econômicas porque a conta não fecha diante de tantos gastos.
O próprio Lula reconheceu que fez um acordo com PP e Republicanos para a entrada de ambas as legendas na composição do governo. Ele afirmou que ‘precisava desses votos’ no Legislativo: “Eu fiz um acordo com o PP, com Republicanos, acho que é direito deles, que gostariam de ter espaço com governo, indicar uma pessoa que esteve na Caixa, que já foi da Caixa. E eles juntos têm mais de 100 votos, eu precisava desses votos para continuar o governo”, disse.
Para um presidente da República chegar ao ponto de dizer isso, ainda no primeiro ano de governo, é porque há um certo desespero daqui por diante.
Em nota, a Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal disse lamentar a saída de Rita Serrano. A entidade disse que ela havia sofrido ataques e ‘travou uma batalha ferrenha no cargo, mas não resistiu.’
Apesar de ter criticado a relação do centrão com Jair Bolsonaro, durante a campanha eleitoral, Lula aliou-se ao mesmo grupo e faz pior, ao usar quase o dobro de ministérios como moeda de troca em relação a última gestão.