Em uma semana marcada pela tragédia, o ciclone que atingiu a região Sul do Brasil, principalmente o Rio Grande do Sul, deixou um rastro de destruição que incluiu não apenas dezenas de vidas perdidas, mas também sérios danos econômicos, particularmente nas áreas rurais e industriais.
Os municípios gaúchos mais atingidos estão localizados nas proximidades da Serra, uma região conhecida por sua produção agrícola. O Vale do Taquari também sofreu perdas importantes na produção. As propriedades rurais foram inundadas, causando danos à lavoura, à criação de aves, suínos e outros setores da agricultura. Além disso, a parte fértil do solo foi varrida pelas enchentes, complicando ainda mais a recuperação.
Nas cidades de Encantado, Muçum e Roca Sales, as indústrias locais foram duramente atingidas. Um exemplo emblemático é a Fontana, uma indústria de produtos de higiene, limpeza e oleoquímicos. O empresário Ricardo Fontana, proprietário da empresa, relatou que a enxurrada de água invadiu suas instalações, cobrindo tudo com mais de 60 cm de lodo e destruindo maquinários e componentes eletrônicos. Atualmente, a Fontana emprega 280 trabalhadores, e muitos deles estão temerosos quanto ao futuro de seus empregos.
RESPOSTA DO GOVERNO
Diante da situação crítica, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou medidas de apoio, incluindo R$ 1 bilhão em linhas especiais de crédito do banco estatal Banrisul. Entre essas medidas estão a postergação dos impostos, financiamento para a agricultura familiar, apoio ao setor empresarial e recursos para construção e reforma de habitações.
Enquanto as equipes de resgate continuam as operações para encontrar os desaparecidos, a região do Vale do Taquari enfrenta um longo processo de recuperação, tanto em termos humanos quanto econômicos. O total de mortes confirmadas até o momento é de 46, e as comunidades locais agora buscam se reerguer diante dessa devastação.