Uma das práticas dos partidos comunistas, inclusive no Brasil, é treinar seus correligionários em institutos na formação de lideranças e até em táticas de guerrilha – em São Paulo esses cursos eram em Cajamar. Por outro lado, a esquerda entrou nas universidades para formar membros dos Conselhos Populares. Esses conselhos são locais, mas tem presença nacional. São um tipo de ouvidoria, porém monitoram e denunciam os críticos ao governo.
Desses conselhos populares saem os candidatos que vão ocupar os cargos na Assembleia Nacional, um órgão decorativo, que serve para confirmar e carimbar as decisões do Conselho Permanente. Esse conselho é formado por burocratas que julgam, executam e legislam, subordinados ao Partidão e ao Presidente. Trata-se de governar de cima para baixo, porque o topo escolhe a base que o sustenta. É a ditadura.
Logo que assumiu, o atual governo decretou a criação de conselhos populares, mas o curioso é que o STF já opera como Conselho Permanente, no modelo comunista, e deixou de ser uma corte constitucional. Também é revelador que as mesmas interferências ocorram em vários países, em todos os poderes, inclusive no próprio Poder Judiciário.
No Brasil, desde 2017 as interferências ocorrem no Poder Legislativo. O marco foi a proibição da vaquejada, típica do Nordeste, que empregava milhares de pessoas. Foi necessário criar outra lei que amenizasse a situação.
De lá para cá, as interferências do STF têm aumentado e nenhuma instituição está livre de interferência. Esse histórico é prova irrefutável de que hoje temos um órgão governamental que age como Conselho Permanente.
Em paralelo, temos conselhos populares efetivados, e possível substituição ou reorganização dos demais poderes criados na fraca constituição de 1988. Se os políticos do Centrão não apoiarem uma reforma do Judiciário, o modelo só irá piorar. É preciso esclarecer bem que em breve não haverá espaço para atuação de quaisquer parlamentares.
O PT quer uma nova constituinte para mexer no sistema eleitoral, partidário e político; esse plano existe há décadas, é discutido abertamente em lives da esquerda, replicado em diversos canais partidários, é totalitário e está em curso. As pessoas precisam saber que a prática precede a forma e o STF já está agindo como um Conselho Permanente. Em outras palavras, é preciso identificar o problema e desarticular o modelo antes que tome forma institucional.
Seguir o preceito de São Tomé, “ver para crer” certamente vai traçar um resultado totalitário. O brasileiro, ao contrário, segue o ditado de “crer para ver”. Essa é a hora do “saber para agir”.