O ex-ministro José Dirceu (PT) afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que o empresário Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, surgiu para dividir a direita e tentar disputar a presidência em 2026. Dirceu comparou Marçal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), destacando que o candidato goiano representa uma nova direita com elementos religiosos e liberais, o que pode enfraquecer o bolsonarismo nas próximas eleições. Segundo Dirceu, “se comparar com ele, Bolsonaro vira um bobo da corte.”
Dirceu argumenta que a ascensão de Marçal não é uma ameaça para a esquerda, mas um problema maior para a ‘extrema direita’, que pode enfrentar divisões internas. Ele destacou o impacto de Marçal no eleitorado neopentecostal e nas classes populares que aderem ao liberalismo econômico, ressaltando que o empresário é uma figura mais conectada às periferias e ao discurso anti-Estado. Essa divisão, segundo ele, torna improvável uma unificação da direita para as eleições de 2026.
O ex-ministro também mencionou que Marçal ainda é uma incógnita em termos de alianças partidárias, mas indicou que o empresário tem grande potencial para se tornar um forte concorrente nas próximas eleições presidenciais. Enquanto Bolsonaro capitalizou uma agenda conservadora, Marçal, por sua vez, surge como uma liderança das camadas mais pobres, o que pode corroer a base bolsonarista de dentro, segundo o estrategista do PT. “Ele vai ser uma liderança política, mas a questão é: será sem partido ou será adotado por alguma legenda?”, concluiu Dirceu.