O Tribunal de Apelações de Roma decidiu manter a prisão cautelar da deputada Carla Zambelli (PL-SP), rejeitando o pedido da defesa para que ela fosse transferida para regime domiciliar. A decisão foi tomada após análise dos argumentos apresentados pelos advogados, que alegavam ausência de mandado internacional legítimo, falta de solicitação formal de extradição e condições inadequadas de saúde no cárcere. Nenhum dos pontos foi aceito pela Corte, que considerou válida a ordem expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e veiculada pela Interpol.
A Justiça italiana reconheceu a legitimidade do mandado brasileiro, sustentado por tratados bilaterais de extradição entre Brasil e Itália. A prisão de Zambelli, realizada em julho em Roma, foi resultado de cooperação entre a Polícia Federal, a Interpol e autoridades italianas. A parlamentar foi condenada em maio pelo STF a dez anos de prisão por envolvimento com o hacker Walter Delgatti Neto em crimes de invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. A defesa segue avaliando os desdobramentos jurídicos da decisão.
Apesar da manutenção da prisão preventiva, o tribunal autorizou a realização de perícia médica oficial, já agendada, para avaliar as condições de saúde da deputada. O laudo será apresentado em nova audiência marcada para 27 de agosto, quando os magistrados decidirão se há justificativa para eventual mudança no regime de detenção.
