A Venezuela iniciou uma ação defensiva militar nesta quinta-feira, mobilizando mais de 5.600 militares em uma operação de resposta pela presença de um navio britânico enviado em defesa da Guiana, se envolvendo nas tensões e causando um impasse após o acordo de não agressão.
O Nicolás Maduro, em pronunciamento transmitido pelo rádio e televisão, anunciou a ativação conjunta da Força Armada Nacional Bolivariana no Caribe Oriental da Venezuela, na Ação Conjunta Militar Domingo Sifontes. Ele caracterizou a ação como defensiva e uma resposta à provocação e ameaça do Reino Unido à paz e soberania do país.
A movimentação militar ocorre após a chegada do navio britânico HMS Trent à costa da Guiana, uma ex-colônia britânica, para participar de exercícios militares antes do final do ano. Maduro havia exigido a retirada da embarcação anteriormente.
Em comunicado oficial, o governo venezuelano rejeitou categoricamente a chegada do HMS Trent, classificando-a como um ato de provocação hostil. Pediu às autoridades da Guiana a retirada imediata da embarcação e que evitassem envolver potências militares na controvérsia territorial.
A Guiana, por sua vez, negou ter planos de ação ofensiva e afirmou que as medidas fazem parte da construção de capacidade defensiva planejada há muito tempo. O vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, destacou durante uma coletiva de imprensa que não há intenção de invadir a Venezuela.
Os exercícios defensivos venezuelanos envolveram caças F-16 e Sukhoi russos, bem como embarcações e navios-patrulha. As manobras foram realizadas no estado de Sucre, nordeste do país, próximo a Trinidade e Tobago, nas proximidades das águas disputadas com a Guiana.