O partido União Brasil está em um dilema para decidir se apoiará Guilherme Boulos (PSOL) ou Pablo Marçal (PRTB) na eleição para a Prefeitura de São Paulo, sendo pouco provável que apoie o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em uma sabatina promovida pelo UOL e o jornal Folha de S.Paulo, o pré-candidato Pablo Marçal afirmou que o acordo com o União Brasil está “caro demais”, destacando que as exigências do partido são altas. “Provavelmente vai andar junto com a gente. Só não selou ainda porque está caro demais o pedido deles. Eles estão pedindo a minha alma. E eu não quero entregar isso”, disse Marçal.
Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo e principal comandante do União Brasil na capital paulista, tem demonstrado insatisfação com a gestão do prefeito Ricardo Nunes. Leite sugeriu um possível apoio a Boulos, mencionando a articulação de Lula junto a seus ministros do União Brasil para apoiar o pré-candidato do PSOL. “Existe essa sugestão. O presidente apoia Boulos, nossos ministros têm boas relações com o presidente. Não tem nenhuma dificuldade em irmos com Boulos”, afirmou Leite. Além disso, Leite destacou que todas as opções estão sendo consideradas pelo partido, inclusive uma aliança com Marçal.
A decisão do União Brasil pode influenciar a eleição, já que o partido tem tido atritos com Nunes devido à falta de protagonismo dentro da coligação e ao foco do prefeito no grupo do Partido Liberal ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Caciques nacionais do União têm se reunido com a pré-campanha de Marçal para discutir uma eventual aliança, oferecendo apoio ao governador goiano Ronaldo Caiado em troca de um possível posto de vice na chapa de Marçal. A definição do apoio do União Brasil está prevista para ser decidida na convenção do partido marcada para o dia 20 de julho, e até o momento o nome do deputado federal Kim Kataguiri, que se apresentou como pré-candidato à prefeitura não tem sido cogitado para vice.