O governo do presidente Donald Trump tem avançado em negociações com países africanos, como Líbia e Ruanda, para receber imigrantes com antecedentes criminais expulsos dos Estados Unidos. As conversas, ainda preliminares, foram confirmadas por fontes familiarizadas com o tema e envolvem a possibilidade de transferir para esses países indivíduos considerados perigosos. A medida visa reforçar a política migratória da era Trump, que, desde janeiro, passou a incluir a busca ativa por acordos internacionais para reduzir o número de pedidos de asilo no território americano.
Além da deportação de imigrantes com histórico criminal, há planos para firmar com a Líbia um acordo de “terceiro país seguro”, o que permitiria enviar para lá solicitantes de asilo que chegaram pela fronteira americana. Embora nenhuma decisão definitiva tenha sido anunciada, os diálogos incluem reuniões recentes entre autoridades do Departamento de Estado dos EUA e representantes do governo líbio, inclusive o general Saddam Haftar. Já com Ruanda, o projeto prevê que os deportados sejam reintegrados à sociedade, com auxílio financeiro e apoio para encontrar trabalho, segundo apurou a imprensa local.
O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou durante uma reunião de gabinete: “Estamos buscando ativamente outros países para que aceitem pessoas de terceiros países”, deixando clara a disposição da gestão Trump em transferir os imigrantes para o mais longe possível, de forma que “não possam voltar cruzando a fronteira”. A proposta, no entanto, deve enfrentar barreiras judiciais. Um juiz federal já bloqueou temporariamente as deportações para países que não sejam o de origem do migrante, sem aviso prévio e sem chance de contestação legal.