O ex-presidente Michel Temer (MDB), responsável por indicar Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Polícia Federal reuniu “indícios fortíssimos” nas investigações sobre um suposto plano golpista após as eleições de 2022. Em entrevista à revista Veja, Temer comentou o avanço das apurações, que levaram ao indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-integrantes de seu governo e 25 militares. O suposto plano teria como alvos o Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio ministro Moraes, relator do caso no STF, quem também se apresenta como juiz e vítima.
Temer, que nomeou Moraes ao STF em 2017 como uma escolha estratégica para fortalecer sua base no Congresso, destacou o papel das Forças Armadas no contexto investigado. Segundo ele, embora “uns e outros” militares pudessem ter uma suposta intenção golpista, a instituição como um todo “repudiou a hipótese do golpe”. Para o ex-presidente, o país não oferece condições para uma ruptura institucional, devido à consolidação democrática e à consciência geral sobre os benefícios do sistema atual.
Sobre os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro, Temer classificou-os como “uma aspiração pelo golpe” que não prosperou. Ele também ponderou sobre o envolvimento de Bolsonaro, afirmando que “se o ex-presidente sabia ou não sabia — ele nega permanentemente –, eu não saberia dizer”. Apesar das declarações que colocam Temer do lado da narrativa do golpe, o ex-presidente ressaltou que uma conclusão definitiva só será possível com o avanço das investigações conduzidas pela Polícia Federal.