Após o fim das eleições municipais de 2024, o governo federal sinaliza com um pacote de ajustes fiscais que pode reduzir despesas públicas e reformar benefícios sociais. A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), declarou ao Poder360 que há necessidade de acelerar o envio dessas medidas ao Congresso, frisando que “tem que ser rápido” e que há pressa em revisar programas sociais e outras despesas obrigatórias. As iniciativas, que aguardam confirmação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), visam fortalecer o arcabouço fiscal do país e sustentar os gastos públicos, mantendo uma certa resistência do governo em torno de cortes que possam impactar a base eleitoral de Lula (PT).
As declarações de Tebet foram feitas durante o Fórum de Investimento do Brasil, em São Paulo, onde ela enfatizou que a revisão de gastos busca eliminar ineficiências e não apenas gerar superavit, mas criar espaço para investimentos que alavanquem a economia. “Chegou a hora de termos coragem de cortar o que é ineficiente”, afirmou Tebet, lembrando que fraudes já foram combatidas no ano anterior. A ministra defendeu que, para o bem-estar social, é crucial manter o equilíbrio fiscal, refletindo a visão da equipe econômica sobre a necessidade de ajustes para conter a expansão da dívida pública.
A proposta, aguardada pelo mercado financeiro, ainda precisa da aprovação de Lula, que tem expressado reservas sobre mudanças que impactem benefícios permanentes, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego. Analistas econômicos avaliam que o governo busca uma economia de até R$ 50 bilhões, mas a aprovação desse pacote depende de amplo diálogo político, especialmente com um Congresso que já manifesta pressão por cortes mais direcionados.