Os ministros do Supremo Tribunal Federal condenaram Matheus Lima de Carvalho Lázaro, o terceiro réu pelos atos do 8 de Janeiro, a 17 anos de prisão. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou para que ele fosse sentenciado por outros seis ministros. Nunes Marques, revisor do caso, votou por condenar o acusado a dois anos e seis meses. Luís Barroso previu uma pena de 11 anos e seis meses. Cristiano Zanin opinou por 15 anos de prisão. Os três foram vencidos pela maioria.
Matheus Lima de Carvalho Lázaros tem de 24 anos. Ele é morador de Apucarana, norte do Paraná. O rapaz estava com uma faca, uma jaqueta militar e uma camisa do Brasil na mochila no dia dos atos. Se fosse condenado por estupro, Matheus pegaria de 6 a 10 anos de prisão. Em caso de assassinato, a reclusão seria de 6 a 20 anos. A Suprema Corte o condenou a 17 anos mesmo sem o acusado ter ferido quem quer que fosse, ou atentar contra a vida de outra pessoa.
A advogada Larissa Claudia Lopes de Araujo, que defende o réu, começou a sustentação oral no Supremo dizendo que o sonho dela era ser ministra, mas que atualmente tem vergonha da instituição. Ela chegou a chorar durante a defesa. Mais cedo, o STF condenou Aécio Lúcio Costa Pereira, primeiro réu acusado pelos atos extremistas de 8 de janeiro, a 17 anos de prisão; e o segundo, Thiago de Assis Mathar, a 14 anos.
Essa sequência de decisões em um único dia mostra que, para a maioria dos guardiões da nossa Constituição, se manifestar pode ser tão perigoso quanto cometer crimes considerados hediondos.