Os Estados Unidos e a Argentina decidiram deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS), levando a agência a anunciar cortes em seu orçamento. Segundo um documento divulgado nesta segunda-feira (3), a OMS reduzirá sua proposta de orçamento para programas básicos de US$ 5,3 bilhões para US$ 4,9 bilhões no período de 2026-27, como parte de um ajuste diante da perda de financiamento. O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom, pediu que Washington reconsidere sua decisão e se disponha a dialogar sobre reformas dentro da entidade.
A retirada dos EUA, que contribuem com cerca de 18% do orçamento total da OMS, já havia forçado a agência a adotar medidas para cortar custos. A decisão da Argentina, anunciada nesta quarta-feira (5) pelo porta-voz presidencial Manuel Adorni, seguiu a mesma linha. Ele afirmou que o país busca maior soberania na gestão da saúde e criticou interferências externas. “Dá mais flexibilidade para tomar medidas e maior disponibilidade de recursos”, disse Adorni, garantindo que a saída não prejudicará os serviços de saúde argentinos.
O conselho executivo da OMS discutirá os impactos financeiros da crise na reunião que ocorre em Genebra de 3 a 11 de fevereiro. Além das dificuldades orçamentárias, a organização enfrenta críticas sobre sua atuação durante a pandemia, incluindo suspeitas relacionadas à origem da COVID-19. Enquanto a China descarta a tese de que o vírus surgiu de um laboratório, a CIA teria reforçado essa hipótese em uma nova avaliação. A OMS, seguindo a hipótese chinesa, no entanto, mantém sua posição anterior de que o vazamento em laboratório é “altamente improvável”, conforme afirmou Pequim.