A Rússia disparou pela primeira vez um míssil balístico intercontinental (ICBM) contra a Ucrânia, em uma escalada no conflito que começou em 2022. Identificado como RS-26 Rubezh, o míssil é capaz de alcançar locais como Alaska, Hawaii e cidades da costa oeste dos Estados Unidos, incluindo Seattle e Portland, caso fosse lançado do extremo leste da Rússia. O ataque, realizado na cidade de Dnipro, também incluiu um míssil hipersônico Kinzhal e sete mísseis de cruzeiro Kh-101, consolidando o uso de armas altamente avançadas por Moscou.
De acordo com a Força Aérea ucraniana, o ataque ocorreu entre as 5h e 7h da manhã e danificou instalações industriais em Dnipro, embora inicialmente não tenham sido relatadas vítimas. As defesas antiaéreas conseguiram interceptar seis mísseis de cruzeiro, mas não os dois mais avançados, o RS-26 e o Kinzhal. Enquanto isso, o Kremlin se recusou a confirmar o uso do míssil balístico, mas fontes locais relataram que a arma não transportava carga nuclear. O ataque ocorre em meio à retirada de embaixadas ocidentais de Kiev e a crescente pressão internacional contra o regime de Vladimir Putin.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou que Moscou está empenhada em evitar um conflito nuclear, apesar das ameaças feitas pelo próprio Putin. Ele responsabilizou os Estados Unidos por “alimentar o conflito” ao fornecer à Ucrânia mísseis de longo alcance. Especialistas alertam que o uso de um ICBM aumenta os temores de que a Rússia possa escalar o conflito para além da Ucrânia, incluindo ataques diretos a alvos estratégicos no Ocidente.