Lula da Silva (PT) enfrentou uma recepção polêmica durante sua visita ao Chile, recebendo mais vaias do que aplausos durante uma cerimônia na Praça da Cidadania em Santiago. O evento, ocorrido na manhã desta segunda-feira (5), contou com a presença do presidente chileno Gabriel Boric, aliado progressista do PT. Lula depositou flores no monumento ao Libertador Bernardo O’Higgins antes de se reunir com Boric e outros líderes chilenos, onde discutiram várias questões, incluindo a crise eleitoral na Venezuela.
Apesar de não estar na agenda oficial, o impasse eleitoral na Venezuela foi um dos principais pontos discutidos entre Lula e Boric. Lula minimizou as alegações de fraude na eleição venezuelana, defendendo a transparência e a neutralidade como mediadores do diálogo entre o regime de Nicolás Maduro e a oposição. Em contraste, Boric criticou veementemente a legitimidade do pleito, afirmando que “não reconhecerá a vitória do líder chavista sem que os resultados possam ser verificados”. Essa divergência já havia causado a expulsão do embaixador chileno da Venezuela no final de julho.
Além das questões políticas, a visita teve um foco econômico e de cooperação. O ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira (PSD), assinou uma carta de intenções com o governo chileno para cooperação no setor de mineração e uma declaração conjunta para criar um grupo de trabalho sobre combustíveis sustentáveis de aviação. Lula também enfatizou a importância da integração entre os países da América do Sul e a cooperação para enfrentar desastres climáticos, reforçando o desejo de fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e Chile.