O Banco Central (BC) tentou conter a escalada do dólar nesta segunda-feira (16), ofertando US$ 4,6 bilhões ao mercado em operações à vista e com compromisso de recompra. Apesar disso, a moeda americana manteve alta, negociada a R$ 6,037 às 10h10, após atingir R$ 6,08 antes da intervenção. A medida reflete as dificuldades do governo federal em estabilizar o câmbio em um cenário econômico marcado por incertezas e piora nas contas públicas.
Enquanto o BC busca frear a desvalorização do real, Lula (PT) voltou a criticar a condução da política monetária, chamando o aumento da taxa Selic para 12,25% de “irresponsável”. “A única coisa errada neste país é a taxa de juros, que está acima de 12%”, declarou o petista ao programa Fantástico. Economistas, contudo, apontam que as pressões inflacionárias e a percepção de risco fiscal têm exigido ações mais rígidas, como elevações na taxa básica de juros, que comprometem ainda mais a credibilidade do governo frente ao mercado.
A desvalorização do real reflete a combinação de incertezas sobre a condução das contas públicas e a alta da moeda americana. Especialistas alertam que o aumento da Selic, embora necessário para atrair investimentos, é apenas uma parte da solução, e que sem uma política responsável na gestão do orçamento e medidas concretas de austeridade, as intervenções do BC seguirão tendo impacto limitado.