O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da China, Xi Jinping, assinaram uma série de acordos de cooperação em uma ampla gama de áreas durante uma reunião em Pequim na quarta-feira, marcando um marco significativo nas relações bilaterais entre os dois países.
A reunião ocorreu no âmbito da 17ª Comissão Mista de Alto Nível (CMAN) e resultou na formação de sete subcomissões encarregadas de desenvolver 31 acordos de trabalho entre a China e a Venezuela. Esses acordos abrangem diversas áreas, incluindo cooperação econômica, comercial, energética, cultural, educacional, científica, tecnológica, industrial e aeroespacial.
Um dos acordos mais notáveis envolve cooperação no setor espacial. Maduro destacou a ambição venezuelana de explorar o espaço e afirmou que a subcomissão de cooperação científica e tecnológica, industrial e aeroespacial buscará a participação venezuelana em missões espaciais chinesas. Ele declarou: “A subcomissão de cooperação científica e tecnológica, industrial e aeroespacial terá como símbolo, mais cedo ou mais tarde, a chegada do primeiro homem ou mulher venezuelano à Lua, em uma nave espacial chinesa, como já discutimos com as autoridades aeroespaciais chinesas.”
Além disso, Maduro anunciou planos para que jovens venezuelanos sejam treinados como astronautas em escolas chinesas. Esta iniciativa representa um passo significativo para a Venezuela, que busca expandir sua presença no campo da exploração espacial.
Porém, a crise no sistema de educação venezuelano parece não ter sido um dos assuntos prioritários na conversa dos dois líderes. Enquanto o acordo foi fechado, a falta de escolarização no país latino atingiu um milhão e meio de crianças que não possuem os meios e a infraestrutura para receber aulas. Os alunos, todavia, não são os únicos afetados pela crise, que também ataca aos professores que recebem pelo seu trabalho entre US$61 e US$120 (R$296 e R$600 reais).