O IPCA-15, prévia da inflação oficial no Brasil, registrou alta de 0,34% em dezembro, desacelerando em relação ao índice de novembro, que foi de 0,62%, segundo dados divulgados pelo IBGE. Apesar da desaceleração mensal, a inflação acumulada em 12 meses deve fechar acima do teto da meta de 4,5% estipulada para 2024. O índice de dezembro foi o menor para o mês desde 2018, quando marcou -0,16%, mas ainda abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetava 0,46%, conforme a Bloomberg.
Com o centro da meta anual estabelecido em 3%, a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual não deve ser suficiente para conter as projeções do mercado, que indicam uma inflação acumulada de 4,91%, segundo o último boletim Focus. Se confirmado, o resultado exigirá que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, envie uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), explicando o descumprimento da meta. A mudança no sistema de metas, prevista para 2025, também aumenta a pressão sobre os resultados de 2024.
O IPCA-15 é calculado com base na variação de preços entre a segunda metade de um mês e a primeira metade do mês seguinte, enquanto o índice oficial do IPCA, que será divulgado em 10 de janeiro, considera o mês completo. Este é o último ano em que o sistema de metas utiliza o modelo baseado no ano-calendário. Em 2025, o Banco Central passará a adotar um regime contínuo de metas, monitorando a inflação acumulada em 12 meses com maior frequência.