Universidades americanas estão recuando do progressismo e reafirmando a meritocracia, buscando alinhamento com políticas defendidas pelo Presidente Donald Trump. Após a guerra entre Israel e Hamas, iniciada em 2023, mais de 140 instituições, segundo a Heterodox Academy (HxA), assumiram compromissos formais com a neutralidade institucional, movimento que vinha sendo marginal até então. Essa mudança reflete uma tentativa de resgatar o ambiente de livre debate, diante das críticas sobre partidarismo e censura em ambientes acadêmicos.
A pressão governamental foi decisiva para essa reorientação, especialmente em universidades públicas de estados como Utah e Indiana, onde leis passaram a exigir neutralidade política. Em instituições privadas, a iniciativa partiu de professores e reitores, desgastados pelos conflitos internos causados por manifestações controversas. Um dos casos emblemáticos foi o da Universidade de Harvard, alvo de congelamento de US$ 2 bilhões em verbas federais após rejeitar exigências da Casa Branca para diversificar ideologicamente seus departamentos.
A Heterodox Academy defende que a neutralidade resgata a missão original das universidades de fomentar o pensamento crítico, sem imposição de visões políticas institucionais. “O episódio deixou claro que muitas instituições haviam ultrapassado os limites de sua missão educacional, agindo como atores políticos”, afirma relatório da HxA. Enquanto universidades como Columbia aceitaram as condições do governo para recuperar financiamento, outras, como Harvard, resistem, mesmo enfrentando a suspensão de grandes contratos e forte pressão por mudanças.