Durante uma reunião ministerial na Casa de Nariño, o presidente comunista da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que teve sua entrada nos Estados Unidos barrada após a revogação de seu visto, supostamente por decisão da administração Trump. “Já vi o Pato Donald várias vezes, então vou ver outras coisas”, ironizou o mandatário, sem apresentar provas ou detalhes sobre o caso. A Embaixada dos EUA em Bogotá não confirmou a informação, alegando confidencialidade nos registros de vistos.
A declaração ocorre em meio a uma série de tensões diplomáticas entre os dois países. Em janeiro deste ano, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas e diplomáticas à Colômbia após a recusa do governo Petro em aceitar voos com deportados colombianos. O impasse só foi superado após o recuo de Bogotá, que concordou em receber os cidadãos expulsos. Em outra ocasião, a secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, afirmou que Petro teria se referido ao grupo criminoso Tren de Aragua como “seus amigos”, declaração que ele negou e atribuiu a problemas de tradução.
Washington, por sua vez, evitou se comprometer com a versão apresentada por Petro. Questionada pela imprensa, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, declarou: “Não comentamos casos de vistos individuais”, mas reafirmou o desejo de cooperação bilateral no combate ao narcotráfico e à imigração ilegal. A fala do presidente colombiano remete ao caso de Ernesto Samper, único outro chefe de Estado do país a ter o visto revogado por Washington, nos anos 1990, em meio a denúncias de financiamento ilícito de campanha.
