O preço do dólar recuou 0,71% na última quinta-feira (19), fechando a R$ 5,421, após o Banco Central brasileiro aumentar a taxa Selic e o Federal Reserve (Fed) dos EUA cortar os juros. A valorização do real vem na esteira da expectativa global de novos cortes de juros nos Estados Unidos, o que favorece o apetite ao risco por investidores em mercados emergentes. Com a queda acumulada de 4,14% da moeda norte-americana nas últimas sete sessões até esta quinta-feira, a economia brasileira pode passar a impressão de melhora, apesar de fatores de longo prazo ainda incertos.
Nos Estados Unidos, o corte de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros pelo Fed reflete a confiança de que o mercado de trabalho forte pode coexistir com uma inflação controlada. “A decisão do Fed atrai dinheiro de risco para o mercado americano”, afirmou Anderson Silva, sócio da GT Capital, ouvido pela CNN, em referência ao aumento do fluxo de capitais para economias emergentes. Enquanto isso, no Brasil, a elevação da Selic para 10,75% ao ano foi vista como uma medida necessária para conter os riscos inflacionários, reforçando as expectativas de novos aumentos.
Embora o dólar tenha caído e os investidores estejam animados com o afrouxamento monetário nos EUA, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 0,47%, refletindo preocupações locais com o aperto monetário. Analistas do mercado veem a decisão do Copom de aumentar a Selic como um sinal de cautela, já que o Banco Central projeta uma inflação doméstica mais alta.