O preço da carne bovina teve um aumento expressivo em outubro, contrariando a promessa de campanha feita por Lula da Silva (PT) de reduzir o custo do alimento. Segundo estudo da Horus divulgado pela CNN, o preço médio do quilo da carne subiu de R$ 33,38 em setembro para R$ 35,24 no mês seguinte, um avanço de 5,6%. A alta é atribuída a fatores como inflação, mudanças climáticas e maior exportação, que reduziram a oferta interna. Em abril, Lula havia declarado: “Pensa que esqueci da cervejinha e da picanha? Não esqueci. Preço da carne já abaixou, mas tem que baixar mais”, porém essa realidade não contrasta com os preços na prateleira.
O impacto foi maior na região Norte, com alta de 10,5%, seguida pelo Sudeste (8%) e Centro-Oeste (6,2%). A pressão inflacionária também influenciou outras fontes de proteína, como ovos (7,7%) e carne suína (5,3%). Segundo especialistas, a situação reflete o aumento dos custos na criação de gado e o desequilíbrio entre oferta e demanda. “Menor número de animais para abate e aumento das exportações pressionam os preços internamente”, avaliou o relatório da Horus.
Além de pesar no bolso do consumidor, o aumento da carne está acima da inflação acumulada no ano, de 3,49%. Nos últimos cinco anos, este foi o maior avanço registrado, com cortes populares como acém e músculo apresentando altas de até 8,37%. A situação evidencia o desalinhamento entre a alta da carne e outros itens do carrinho de compras, obrigando os brasileiros a buscar alternativas, como frango e ovos, para conter os gastos.