O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a ganhar popularidade em outubro após um ano de medidas econômicas que impulsionaram a confiança do mercado, evidenciada pela queda do risco-país para o nível mais baixo desde 2019. Dados do J.P. Morgan revelaram uma redução de 48 pontos, posicionando o índice em 919 pontos. Este resultado reforça o otimismo dos investidores e sinaliza aprovação às políticas de Milei, que cortaram drasticamente o gasto estatal e estabilizaram a inflação no país.
Embora o governo Milei enfrente grandes problemas, como o aumento da pobreza e uma recessão que atinge mais da metade da população, levantamentos da Universidade Torcuato Di Tella e da consultora Aresco indicam uma recuperação da imagem presidencial. Segundo a pesquisa da universidade, a aprovação de Milei subiu 12,2% em outubro, atingindo 2,43 pontos (em escala de 0 a 5). “O índice chega perto da média de confiança da era Milei, de 2,50 pontos”, destacaram os pesquisadores. A consulta, realizada com mil entrevistados em 41 localidades, aponta que 53,7% dos argentinos veem o presidente de forma positiva, apesar das intensas reformas.
Entretanto, a agenda de reformas de Milei também provocou manifestações de setores de esquerda e uma nova greve foi convocada para esta quarta-feira (30). A Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) e sindicatos de transporte expressaram descontentamento com o corte de subsídios e a tentativa de privatizar a Aerolíneas Argentinas, além de exigirem melhores salários. Rodolfo Aguiar, líder da ATE Nacional, declarou durante protestos: “Repudiamos o miserável 1% de aumento em outubro e exigimos um reajuste que recupere o poder de compra do setor público”.