A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu que só se manifestará sobre as investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições municipais. A decisão ocorre em um momento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu início oficial à campanha eleitoral, aumentando a tensão no cenário político. A postura cautelosa adotada pelo procurador-geral, Paulo Gonet, segundo fontes próximas citadas pelo jornal O Globo, visa evitar qualquer impacto político que uma denúncia ou arquivamento de casos possa gerar durante o período eleitoral.
Nos bastidores, há uma avaliação de que Gonet busca evitar decisões precipitadas em casos de grande repercussão, preferindo examinar os fatos com cautela. O inquérito mais recente, que indiciou Bolsonaro e outros 11 indivíduos por suposto desvio de joias do acervo presidencial, exemplifica essa abordagem. Apesar do prazo processual de 15 dias para a PGR se pronunciar, esse intervalo não é obrigatório, permitindo a Gonet adiar a decisão.
Entre as investigações, destaca-se também o caso de um suposto esquema de fraude em cartões de vacina, que foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e posteriormente à PGR. Gonet solicitou diligências adicionais, o que reforça a intenção de aprofundar a análise antes de qualquer posicionamento.