Patricia Bullrich, que obteve o terceiro lugar nas eleições presidenciais com 23,83% dos votos, declarou em entrevista seu apoio para o candidato do partido Lá Libertad Avanza, Javier Milei, no segundo turno das eleições, na tentativa de derrotar o Kirchnerismo.
“Com Milei, temos diferenças, jamais as ocultamos”, disse Bullrich. “Todavia, nos encontramos perante o dilema de mudança ou continuidade mafiosa para a Argentina”, acrescentou a ex-candidata, quem continuou se posicionando contra “a neutralidade”. Bullrich sustentou seu apoio na necessidade de mudança, e deu a certeza de que “tudo foi perdoado” com Milei.
A declaração do apoio vem logo depois de uma reunião coordenada pelo ex-presidente Macri, quem os recebeu em sua residência em Acassuso para avançar nas negociações. Os termos específicos deste possível pacto político e que papéis desempenhariam em uma administração da La Libertad Avanza ainda não foram divulgados.
Esta nova colaboração entre Bullrich e Milei dará origem a uma nova aliança da direita no cenário político argentino, marcando uma divisão no partido Juntos por el Cambio, que sofreu uma derrota nas eleições recentes.
Em resposta a essas conversas, os líderes do Pro cancelaram a cúpula programada para a parte da manhã.
No entanto, esta decisão de Bullrich criou divisões dentro do Juntos por el Cambio, já que a Unión Cívica Radical (UCR) e a Coalición Cívica anunciaram sua neutralidade na disputa entre Milei e o ministro da Economia. Ernesto Sanz, co-fundador de Cambiemos Junto com Elisa Carrió e Macri, fez um apelo desesperado para evitar a ruptura e defendeu a manutenção da neutralidade para construir uma alternativa após o segundo turno.
O governador eleito de Mendoza, Alfredo Cornejo, também prometeu dar liberdade de ação aos seus seguidores. Por outro lado, Gerardo Morales e Martín Lousteau, figuras proeminentes da UCR, indicaram que não apoiarão Milei, acusando Macri de ser o responsável pela divisão da coalizão opositora.
No meio dessa crescente controvérsia, Patricia Bullrich procura aproveitar o apoio que obteve nas eleições, apesar de não alcançar os resultados desejados. No entanto, alguns membros do Juntos por el Cambio, como Waldo Wolff e Javier Iguacel, anunciaram seu apoio a Milei, o que levou a disputas internas.