A nomeação de Wolney Queiroz (PDT-PE) como novo ministro da Previdência Social já enfrenta forte resistência da oposição, que pede seu afastamento imediato por envolvimento em medidas que favoreceram entidades suspeitas de fraudes bilionárias no INSS. Queiroz foi coautor de emenda que flexibilizou prazos para revalidação de descontos em aposentadorias e pensões, justamente um dos mecanismos explorados no esquema investigado pela Polícia Federal e CGU, que teria desviado até R$ 6,3 bilhões. “Ele não é parte da solução, sempre foi parte do problema”, afirmou a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), uma das autoras do requerimento protocolado na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
O documento aponta que Wolney, então secretário-executivo da pasta, participou de reuniões com entidades agora sob investigação, mesmo após alertas oficiais sobre irregularidades. Em abril de 2024, por exemplo, ele presidiu parte de uma reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) onde foram apresentados indícios de fraudes, sem tomar medidas corretivas. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) ingressou com ação popular para barrar sua posse, enquanto o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) acionou a Procuradoria-Geral da República pedindo o afastamento e a investigação de Queiroz por omissão e inidoneidade.
Wolney assumiu o ministério após a saída de Carlos Lupi, também do PDT, que deixou o cargo pressionado pelas revelações da Operação Sem Desconto. Além de já estar envolvido nas decisões que enfraqueceram o controle sobre os descontos, Queiroz é citado como figura presente em encontros com representantes de sindicatos que recebiam os valores, agora considerados ilegais. Parlamentares da oposição articulam a criação de uma CPMI para apurar as fraudes no INSS e o possível envolvimento de membros do governo Lula (PT) no esquema.
