A oposição na Câmara anunciou que chegou a um acordo para priorizar a votação do fim do foro privilegiado, decisão que contou com o alinhamento do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), e do presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). O entendimento foi firmado após encontro na manhã desta terça-feira (12) na Residência Oficial da Câmara, dias depois do impasse que levou à obstrução do plenário e à ocupação da Mesa Diretora em 5 e 6 de agosto. Sóstenes declarou que as tensões entre as lideranças estão superadas e que o objetivo agora é “alinhar as coisas” e avançar na pauta.
Segundo Cavalcante, a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro não será votada nesta semana. O líder explicou que houve consenso entre os partidos para primeiro aprovar o fim do foro privilegiado nas duas Casas e, em seguida, discutir a anistia. “Assim, a gente tira a corda do pescoço dos parlamentares”, afirmou o deputado. A definição, segundo ele, busca dar segurança política às discussões e reduzir resistências no Congresso.
Em relação aos processos disciplinares abertos contra 14 deputados da oposição por participação na obstrução, Sóstenes defendeu que sejam analisados e arquivados. A única exceção, segundo o parlamentar, é o caso da deputada Camila Jara (PT-MS), acusada de possível agressão contra Nikolas Ferreira (PL-MG), que deverá ter seguimento. O encontro entre as lideranças sinaliza uma tentativa de recompor a articulação política após o episódio de confronto no plenário e de reorganizar a agenda legislativa com foco nas pautas acordadas.