Diante das críticas emitidas por Lula (PT) e pela recém-filiada Marta Suplicy ao PT, a campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) reagiu rapidamente, nomeando três porta-vozes para posicionar-se como uma alternativa de centro e desvincular-se de supostas alegações de desafeição à democracia proferidas pelo petismo. Conforme fontes próximas ao prefeito, a estratégia envolve a convocação do ex-presidente Michel Temer (MDB) para apresentar Nunes como defensor dos princípios democráticos a serviço da população de São Paulo, estabelecendo uma postura de centro.
A responsabilidade de evidenciar a independência de Nunes em um cenário polarizado foi atribuída ao ex-ministro Aldo Rebelo, que se afastou do PDT para assumir a Secretaria de Relações Internacionais da prefeitura paulistana, e ao deputado Paulinho da Força, líder do Solidariedade. Os estrategistas da campanha buscam manter o foco da disputa no âmbito municipal, evitando uma nacionalização que, conforme articuladores, obscureceria o verdadeiro embate entre Nunes e Boulos.
A estratégia da campanha de Nunes visa direcionar a competição para um confronto direto com Boulos, resgatando o êxito de Bruno Covas sobre o candidato do PSOL em 2020. Embora busque preservar a autonomia municipal frente ao espectro político nacional, Nunes pretende, de alguma forma, integrar Bolsonaro em sua campanha para atrair o voto conservador, considerado fundamental para enfrentar a esquerda radical.