Mesmo sendo uma bandeira de crédito nacional, o cartão Elo possui cláusulas contratuais que impedem a emissão para indivíduos sancionados por autoridades estrangeiras, como o Departamento de Estado dos Estados Unidos. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, alvo de sanções econômicas americanas, pode ter o pedido de cartão negado com base nessas regras. A restrição está prevista no regulamento da Elo, que proíbe relações com clientes sob sanções internacionais, incluindo aquelas impostas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC).
A Elo, criada em 2011 por meio de parceria entre Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Bradesco, opera como bandeira 100% brasileira. No entanto, seu regulamento exige que os bancos emissores respeitem sanções impostas por órgãos como o Tesouro dos EUA, ONU, União Europeia e Reino Unido. A sanção contra Moraes, assinada pelo secretário de Estado americano Marco Rubio, foi formalmente comunicada ao OFAC, enquadrando-se nas condições que impedem a concessão de serviços financeiros pela bandeira nacional.
Apesar de operar com liquidação de pagamentos no Brasil, a Elo mantém parcerias internacionais, como com a bandeira Discover, o que amplia sua exposição às normas estrangeiras. Além disso, parte das transações em reais é processada por empresas como a holandesa Adyen, também sujeita às sanções dos EUA. A CNN Brasil disse que tentou contato com a Elo para esclarecer se Moraes será de fato impedido de obter o cartão, mas não obteve resposta até o momento.