O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está na Venezuela para discutir a importação de energia limpa e renovável da Usina Hidrelétrica de Guri, em território venezuelano, para Roraima. Por mais estranho que isso possa parecer, o objetivo é retomar a integração energética entre Brasil e Venezuela para reduzir o uso das termelétricas a óleo diesel – mais caras e poluentes. Silveira vai se reunir com o ministro do Poder Popular para a Energia Elétrica da Venezuela, Nestor Luis Reverol Torres.
O decreto que permitiu ao Brasil voltar a comprar energia elétrica da Venezuela foi assinado, é claro, pelo presidente Lula, que não esconde um certo ‘fascínio’ pelo país vizinho, que mantém um regime opressor de ditadura militar. A ideia do petista é ampliar as possibilidades de intercâmbio de energia elétrica com países que fazem fronteira com o território brasileiro.
Atualmente, moradores de Boa Vista e cidades próximas dependem de usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural e biomassa e de uma pequena central hidrelétrica. Melhorar essa situação é sim um dever do atual governo. Mas isso deveria ser feito com investimentos em energia limpa e renovável – jamais com alinhamentos desse nível. Somente para comparação, o grupo privado Brasil Biofuels (BBF) iniciou a operação comercial da primeira fase de sua usina híbrida de energia localizada em São João da Baliza, em Roraima. A usina tem capacidade instalada de 17,9 MW, dividida em duas unidades geradoras, contou com R$ 166 milhões em investimentos. Os insumos são obtidos a partir do processamento do óleo de palma. De fato o brasileiro é sim um povo inovador, mas sem a atenção necessária de boa parte que governa.