O presidente esquerdista do Chile, Gabriel Boric, enfrenta uma denúncia de assédio sexual, registrada em setembro e recentemente confirmada pelo Ministério Público. A acusação remonta a 2013, quando Boric tinha 27 anos e havia acabado de concluir o curso de Direito. Segundo a defesa, liderada pelo advogado Jonatan Valenzuela, as alegações são “categoricamente falsas” e teriam origem em uma tentativa sistemática de assédio contra Boric por parte da denunciante, incluindo o envio de 25 e-mails com mensagens que variaram de declarações amorosas a explosões de raiva.
A denúncia, registrada na região de Magallanes, é investigada por uma equipe especial do Ministério Público. No entanto, devido ao foro privilegiado do presidente, qualquer julgamento depende da aprovação da Suprema Corte chilena. Além disso, o caso surge em meio a um momento delicado para o governo Boric, já que o ex-subsecretário de Segurança, Manuel Monsalve, enfrenta acusações de abuso sexual e está em prisão preventiva. “Existe um processo criminal relacionado aos fatos indicados”, confirmou Cristián Crisosto, chefe do Ministério Público local.
A defesa de Boric também destacou que a denunciante já esteve envolvida em outros processos judiciais, incluindo acusações de violência. Durante sua campanha presidencial em 2021, Boric enfrentou outra denúncia de assédio, que nunca foi investigada formalmente. O governo classificou as acusações atuais como “infundadas”, reforçando que a suposta vítima agiu de forma persistente e sem consentimento. Camila Vallejo, porta-voz do Executivo, afirmou que os eventos descritos “nunca ocorreram” e que a defesa do presidente buscará a rejeição total da denúncia.